Vem, que eu me guardei por toda a minha vida
E esperei a espera mais doída
E não pequei a espera do pecado
Que me queimava em cada noite longa
Em cada beijo que ficou no lábio
Em cada gozo amargo sufocado
Nas gotas mornas de suor guardado
Nas tabuletas do meu certo errado
Na espera pura e simples do teu ombro
Da tua mão macia em meu cabelo
De ser amada
Vem, que eu me despi de todo preconceito
E me envolvi no enlevo mais perfeito
E me lavei na água dos meu olhos
E me vesti nas cores da poesia
Pra me despir de novo no teu quarto
E me ferir na lança de um sorriso
Morrer de festa, amor e fantasia
E misturar prazer e agonia
E ser triste e feliz, amarga e doce
Ser anjo e fêmea, santa e pecadora
E explodir no espaço do meu corpo
Apenas tua amada